Sypher: A Conquista - Prólogo

 

Fala, pessoal! Arranjei um tempinho para escrever, então hoje estou trazendo para vocês o prólogo do volume 2 de Sypher. Neste volume espero trazer mais pontos de vistas para a história, criando um bom desenvolvimento tanto da história quanto das personagens.


Por fim, quero só deixar aqui uma mensagem: Participem do grupo no Facebook do site, e tentem movimentar aquela bagaça :p Ah, também temos uma página no Facebook que está bem parada(por enquanto).

É isso aí, boa leitura!

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Um em Milhões:


"Hã... Sy, tem certeza que o caminho é esse?"

"Relaxa, tenho certeza absoluta."

Foi isso que ele me disse quando o perguntei, porém tenho a impressão de que não estamos indo para o aeroporto...

São 10 da manhã e nenhum sinal de anjos. Isso pode significar duas coisas: os anjos desistiram, ou estão vindo com força total, esperando apenas a hora certa. Fico com a segunda opção, afinal eles não teriam criado aquele alvoroço todo por nada.

Atualmente, nosso grupo composto por Sypher, Antoniette, Vitrus e eu, está perambulando a cidade de Chicago. Tinha sido decidido que iríamos a Jerusalém para tentar achar alguma espécie de pista, afinal se é Deus que está nos atacando, quem sabe se soubermos algo de seu filho, podemos talvez encontrá-lo. É uma chance bem pequena, e o risco é enorme, porém já estamos sem opções.

As ruas nunca estiveram tão vazias. O medo toma conta de mim a cada esquina em que passamos. Não há como saber quando teremos de lutar, e o sentimento de perder tudo o que me resta é realmente desconcertante.

A cidade de Chicago não é mais a mesma, os edifícios que antes permaneciam ali, brilhantes quando iluminados pelo sol, estavam agora tombados, queimados, e outros ainda estavam sendo consumidos pelas chamas. As casas que outrora serviam para morar, ter uma família, e cultivar seus laços, nada mais é agora do que mais un local para procurar comida, roupa e talvez abrigo.

A todo momento me pego pensando em como tudo era antes, em tudo que acreditei durante a minha vida, e em quem ou em quê acreditar. Às vezes penso que não posso confiar em mais ninguém a não ser em mim mesma, e por mais que me doa, não consigo nem acreditar no Sy...

"...dya, ei, Rydia, tá aí?"

De repente uma mão aparece diante de meus olhos e acaba me tirando do meu transe de segundos atrás. Respondo com surpresa.

"Hã? Ah, desculpa, Sy, eu estava meio distraída. O que foi?"

"Chegamos na casa de uma amiga minha"

Ao ouvi-lo dizer aquilo, dei um passo para trás e franzi a sombrancelha. Em seguida, perguntei:

"Não íamos ao aeroporto? O que aconteceu com o plano anterior?"

"Eu sei que não segui o plano, mas é que eu meio que prometi a mim mesmo que viria ver se ela estava bem... espero que não fique brava." – Sypher dizia isso enquanto coçava a bochecha.

"Se você tivesse avisado eu não teria ficado brava, mas fazer sem nem ao menos consultar o resto do grupo!"

Sypher abaixou a cabeça e apenas pediu desculpas. Logo em seguida, foi até o portão da casa que se localizava bem a nossa frente. A casa nada mais era do que escombros, imagino como ela era antes desse Apocalipse.

"Vocês querem entrar, ou esperam aqui?" – perguntou Sypher.

Antoniette foi a primeira a se pronunciar, como sempre quer ser o centro das atenções.

"Eu e Vitrus ficaremos aqui vigiando. Você e Rydia entram na casa e pegam o que sobrou. O que acha?"

Impressionado, Sypher elogia o ato de liderança de Antoniette. Ele então olha para mim e pergunta, animado:

"Pode ser, Rydia?"

Eu apenas aceno com a cabeça, concordando com a sugestão.

Checo a katana que peguei de Sypher, e dou uma última olhada para trás, como se fosse fazer alguma diferença. Talvez a desconfiança esteja me consumindo ao ponto de que eu não confie nem na minha própria sombra.

Dentro do que sobrou da casa, haviam alguns porta-retratos, todos estraçalhados e sujos. Não havia sinal de comida, nem de roupas ou algo do gênero, e se nem comida, nem roupa estavam na casa, provavelmente pessoas seria algo ainda mais improvável.

Entretanto, eu me enganei. Isso anda acontecendo bastante ultimamente.

"S-Sypher?! É realmente você?"

Uma mulher de cabelos loiros, acabara de surgir do nada, chamando por Sypher. Seu cabelo estava todo bagunçado, olheiras haviam se formado bem abaixo de seus olhos, confirmando que ela não dormia há dias. Ela usava aparentemente sua roupa de trabalho, que já estava totalmente suja, e um pouco rasgada logo abaixo do busto.

Surpreso pela aparição súbita da loira, Sypher fica paralisado, aparentemente tentando achar palavras para dizer. Sabendo que ele não iria falar algo tão cedo, dei a iniciativa, fazendo a pergunta mais clichê, porém fundamental:

"Quem é você?" – perguntei enquanto preparava a minha espada. Assustada, a mulher recua alguns passos para trás, e responde com uma voz trêmula:

"E-eu sou... Rose. Eu trabalhei com o Sr. Tyrus, digo, com o Sypher..."

"Sy, isso é verdade?"

"Sypher está aqui? Por que ele não me responde?"

"Ele está muito ocupado..." – dei uma olhadela no Sypher e continuei – "encarando você."

Rapidamente, Sypher saiu do transe e tentou se defender das minhas acusações.

"Não acredite nela, Rose!! Ela tá mentindo!"

Assim que ouviu a voz de Sypher, os olhos de Rose começaram a brilhar como estrelas, era como se a voz dele lhe tocasse o coração e a acordasse de um mundo de trevas, trazendo luz.

"Sy-Sypher! É você mesmo!" – Rose saiu em disparada de encontro com Sypher. Assim que o alcançou, deu-lhe um fervoroso abraço.

"É bom ver você também, Rose." – disse Sypher enquanto acariciava os cabelos de Rose. O que diabos ele tá fazendo? Eles parecem um casal!

"Ahem!! Sypher...." – disse a ele enquanto apontava para fora da casa.

"Ah! Claro, eu tinha esquecido. Rose, vamos te explicar tudo, mas precisamos que venha conosco."

"C-claro..."

Em frente à casa – o que sobrou dela – da Rose.

"Finalmente! Pensei que vocês tinham morrido ou algo do tipo."

"Calma, Vitrus, demoramos porque ALGUÉM resolveu parecer um príncipe resgatando a donzela. Não é, Sypher?"

Estou furiosa com o Sypher. Primeiro faz aquilo comigo, diz que me ama e tudo mais, e em seguida já tá em cima de outra? Por que mentir?

"Então, Rose, primeiro vamos às apresentações. A de shortinho ali é a Antoniette, o marombinha ali é o Vitrus, que é irmão da Antoniette, e por último, mas a mais importante, se chama Rydia. Pessoal, essa é a Rose, minha colega de trabalho."

Aparentemente tão inquieta quanto eu, Antoniette questiona as ações de Sypher.

"Espera um minuto! A gente está aqui, em um local em que somos alvos fáceis, com o perigo de sermos mortos por malditos anjos, só para salvar a sua paixonite? Eu não posso acreditar!"

Quando Antoniette disse aquilo tudo, pude perceber a fúria tomando conta de Sypher. O sorriso havia sumido, e o tom brincalhão já não residia em sua voz. A atmosfera tornou-se pesada, e todos nós ficamos sem reações, a não ser encarar um ao outro.

Rose, que antes mantinha-se atrás de Sypher, deu um passo a frente, abaixou.a cabeça e começou a pedir desculpas. Sypher, que não apreciou a imagem posta a nossa frente, exclamou:

"Não importa se ela era minha colega de trabalho ou não, e também não importa o fato de termos vindo até aqui apenas para salvá-la" - apontou para o buraco no céu - "o que realmente importa é que ela também passou por aquilo, ela também perdeu tudo, e acima de tudo, ela também é humana! Se quisermos parar esse caos, precisamos nos unir, e não brigar entre nós!"

[...]

Merda! Ele tá certo, me deixei levar pelos ciúmes e isso poderia acabar mal, bem mal. Surpreendentemente, Vitrus resolveu entrar na discussão, algo bem raro.

"A questão aqui não é quem viemos salvar ou coisa do tipo, mas sim o fato de que você não nos disse absolutamente nada,  simplesmente inventou uma desculpa para vir até aqui. Por quê não nos disse nada?"

Todos ficaram atônitos com o pequeno discurso do Vitrus afinal, ele sempre foi mais músculos do que cérebro. Rose quebra o silêncio.

"Se não sou bem-vinda creio que seja melhor seguir meu rumo."

"De jeito nenhum! Não quero que mais ninguém que conheço teha o mesmo destino da minha mãe." -- disse Sypher, segurando oo braço de Rose.

Antoniette, entretanto, não queria largar o osso. Começou a falar enquanto apontava sua arma para Sypher.

"Ela ficará, mas se você, ou ela, fizer algo suspeito, ou alterar o plano de curso novamente sem nos consultar, creio que não sairão sem serem punidos. Espero que compreendam isso."

Sypher apenas acenou com a cabeça. Seu rosto estava mais sério do que eu estava acostumada, e seu olhar era... assustador.

"Bom, acho que terminamos este assunto, não é?" - perguntou Vitrus, no seu tom normal, ou seja, idiota.

"Acredito que" -- suspirou -- "é, acabou sim.".

"Ótimo, vamos DIRETO para o aeroporto!" -- Exclamou Antoniete, enfatizando como iríamos até o aeroporto.

O vento soprava com mais intensidade à medida que continuávamos a caminhar em direção ao aeroporto. As ruas ficavam cada vez mais difíceis de passar, devido a grande quantidade de carros que ficaram presos no tráfego intenso no momento inicial de pânico. Parando para pensar um pouco, onde foram parar todas essas pessoas?

Sypher caminhava junto a Rose na parte central da nossa formação. Vitrus disse que era melhor que fizéssemos uma formação em que fôssemos capazes de cobrir o maior campo de visão possível, então ficou mais ou menos assim: Vitrus na parte da frente, Antoniette atrás, Sypher no lado direito, e por fim, eu, Rydia, no lado esquerdo. Com a entrada da Rose no grupo, colocamos ela dentro da formação, pois ainda não confiamos a ela nenhuma espécie de armamento.

Como os arredores estavam calmos, decidi ir falar com Sypher.

"Ahem! Com licença, mas você poderia me emprestar o Sypher por um segundinho?" -- Perguntei, enquanto puxava Sypher, levando-o para fora da formação, sem nem esperar a resposta. Incomodado, Sypher puxa o braço para se libertar.

"Por que diabos fez isso? Não precisa ser tão rude! Eu já falei que salvei ela porque não quero que aconteça com mais ninguém o que aconteceu com a minha mãe. Me deixa em paz."

"Você sabe que isso é impossível, não sabe? – Sypher preparou-se parra responder – "Espera, antes de começar com os teus discursos prontos, eu quero falar, e espero que você me ouça."

"Tudo bem,” – suspirou – “então fale."

"Você sabe que não têm como impedir que mais ninguém morra,” – fiz uma pausa, e então continuei – “não sabe? Olha, as coisas já estavam ruins o suficiente antes da Rose aparecer, e agora estão muito piores, basta olhar para a Antoniette, ou até mesmo para o Vitrus, ambos não confiam em você como antes."

Cada palavra liberada parecia como uma faca atravessando meu coração centenas de vezes, sem parar, até ele se despedaçar, mas eu precisava desabafar.

Com um olhar sério, e aparentemente triste também, Sypher pergunta:

"E você, Rydia, ainda confia em mim?"

Era possível perceber nos olhos dele a resposta que gostaria de ouvir, porém eu creio que a minha resposta não seja a esperada.

"Sy" – comecei a responder enquanto me afastava – "eu não sei se algum dia eu realmente acreditei em você, ou em alguém."

Logo após voltei a minha posição enquanto tentava compreender o que eu acabei de dizer. Houve um tempo em que eu acreditava em tudo, e em seguida, tudo que acreditei se extinguiu. A dor da desconfiança é muito menor do que a da confiança sendo destruída. E em como toda a minha vida, aguentarei mais esse fardo, afinal qual a diferença de mais um em milhões?
 


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