A Valquíria Zero - Prólogo



Espero que aproveitem muito bem essa nova obra! Tentarei trazê-la sempre que possível!

Para mais capítulos, acesse a página principal da obra.
Download: PDF - EPUB (Créditos pela versão EPUB para o Eduardo Klosowski)


 
Prólogo:
– AVANCEM!!

– NÃO DEIXEM QUE TOMEM A CIDADE!

Metais ressoavam no campo de batalha que há muito tornara-se um mar de sangue e morte. Bravos guerreiros de Eis Herzen lutavam para proteger o que ainda lhes restava: sua honra.

Naquele momento nada mais importava para aqueles soldados do que a sua honra, e embora seus números fossem sete vezes menores que o do inimigo, nada os fazia recuar, nem mesmo a morte.

– CONTINUEM LUTANDO!! – berrou o comandante dos homens que protegiam Eis Herzen com suas vidas – NÃO RECUEM! – continuou berrando enquanto abria caminho – e crânios – para a base inimiga.

Na base inimiga, o líder dos bárbaros da tribo Feurigen Bart* mantinha-se ansioso para entrar em combate. Segundo as regras de sua tribo, o líder só batalha quando mais da metade de seus homens são massacrados, algo que raramente acontecia.

– Eu quero batalhar! Já não aguento mais permanecer neste local. É óbvio que aqueles míseros soldados serão derrotados, mas ainda quero que sintam o gosto da minha lâmina – disse enquanto olhava seu machado de guerra, que reluzia a medida que a luz dançava pelo metal.

– M-mas, senhor – um jovem bárbaro deu um passo a frente para tentar meter um pouco de razão no líder cabeça-dura. – creio que nem mesmo o senhor possa passar por cima de nossas culturas e ensinamentos.

Franzindo as sombrancelhas, o líder bárbaro passou a mostrar um grande desprezo em seu rosto. – Você acha que estou abaixo de alguém?! Vou lhe mostrar!

O líder bárbaro ergueu-se, pegou seu machado, e saiu da sala em que esteve sentado por dias, apenas comendo e esperando a batalha acabar. Para ele, a sua hora tinha chegado, e mostraria isso à todos.

Chegando no portão de sua base, o bárbaro preparava-se para sair em direção ao campo de batalha e mostrar a todos seu valor, porém sua força de vontade começou a enfraquecer-se assim que duas flechas voaram e perfuraram o seu peito nu. Surpreso, as únicas ações que pôde tomar foi olhar para seu peito perfurado, e em seguida para a direção de origem das flechas. Viu uma silhueta segurando um arco e montada em um cavalo alado branco.

Foi então que lembrou-se do que acontecera um dia antes de começarem a batalha para dominar Herz Eis.
*
Dez dias atrás.

– É sério que você nunca ouviu falar nas Valquírias? Qual é! Todos no continente sabem quem são.

– Minha vila não segue os mesmos ensinamentos de vocês, que se consideram filhos de Odin. Então me diga, quem são essas vadias chamadas de Valquírias?

– Elas são mulheres de pele branca feito a neve que cai lá fora. Carregam um arco nas costas, e uma lança nas mãos, e a coisa mais louca: elas montam um cavalo alado.

– Hahahaha!! Você está brincando comigo? Cavalos não voam, meu amigo! Acho que a cerveja era um pouco forte pra você.

– Ria o quanto quiser! Agora deixe-me finalizar.

– Certo, certo! Vá em frente.

– Elas são conhecidas por todos os guerreiros do continente como sendo “As Que Decidem Quem Morre”. Dizem que o dever delas é o de assegurar que o lado que Odin escolher vença a batalha, e para fazer isso, elas matam quem elas quiserem, desde que o resultado da guerra seja como Odin ordenou. Quando a batalha acaba, elas escolhem os mais bravos guerreiros que foram mortos, e os levam para Valhalla, onde ficarão até o momento do Ragnarok. Dizem também que quem encontrar-se com uma Valquíria antes de uma batalha, será marcado para morrer.

– Zzzzz...

– Você tava dormindo durante a minha história?!

– Hã? Ah, não! Claro que não. Bem, creio que devo retornar ao meu acampamento, espero vê-lo quando retornar meu bom amigo.

– Digo o mesmo.

Fora da taverna, o bárbaro dava passos pesados, esmagando a enorme camada de neve que formou-se ao longo do inverno. Durante a caminhada pela floresta, o bárbaro ouviu uma voz suave e calma, vindo do enorme lago congelado.

Ao chegar perto do lago, uma linda mulher sentava-se à beira do lago, nua. O bárbaro permaneceu escondido atrás das árvores, apreciando os suaves movimentos que a mulher fazia com suas mãos envolvendo seu corpo.

– Eu posso te ver. – disse a mulher.

Surpreso, o bárbaro pensa em recuar, mas seus instintos o impediam. Ao invés de recuar, avançou mais.

– Tinha certeza que estava bem escondido.

– E estava, mas nada escapa dos meus olhos, ainda mais quando é um bravo guerreiro. – disse a mulher enquanto mantinha o olhar para o fundo do lago. – Diga, por que está aqui?

– Estava apenas voltando ao meu acampamento quando ouvi a sua delicada voz. Diga, o que você está fazendo aqui?

– Nada.

– Não compreendo...

– Irá compreender, quando uma flecha perfurar-lhe o coração na batalha de Herz Eis.

A mulher levantou-se e olhou fixamente para o guerreiro, que havia recuado, surpreso.

– Ei! Como você sabe que irei para Herz Eis? E que negócio é esse de ser acertado por uma flecha? Acha que uma flecha iria me matar?

– ...Adeus, senhor bárbaro.

De repente, um forte clarão tomou conta de toda a floresta. Quando a escuridão tomou conta novamente, a mulher nua havia sumido.

– Heh, acho que quem estava bêbado não era o maluco da taverna...

*

– Merda... – amaldiçoou – ...não acredito que... – as palavras eram ditas, mas ninguém as podia ouvir, já não lhe sobrara força para nada, nem mesmo para respirar. – ...acho que esse é o fim.

Tudo que o bárbaro conseguia ouvir era o barulho do metal tinindo, de homens sendo mortos, e seus guerreiros gritando ao seu lado, tentando trazê-lo de volta. Tudo em vão.

Até que por fim, a sua consciência resolvera se despedir.

[...]

Ao abrir os olhos, tudo que via era um teto de pedra. Ao seu lado, incontáveis camas enfileiradas milimetricamente, quase todas preenchidas por homens inconscientes.

Quando pôs-se de pé, uma mulher de cabelos amarelos como sol aparecera diante dele. A mulher tinha olhos azuis, e seus cabelos estendiam-se até a sua cintura. Vestia uma túnica fina quase transparente, com detalhes bordados a fio de ouro, e uma tiara brilhante cravejada de rubis mantinha-se presa a seus cabelos. Era a mulher do lago.

– Você tinha razão, eu precisei usar duas flechas para arrancar-lhe a vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário