Ayakashi Hunter - Prólogo

 

Olá, pessoal, como vão? Espero que bem!

Hoje venho trazer para vocês mais uma obra que fará parte das postagens aqui no site. O autor, Kamisaki Math mandou um email e olha só onde ele está agora? Isso mesmo, aqui no site! Mande sua LN para nós também! Para mais informações sobre Ayakashi Hunter, visite a página da obra.

É isso, agora fiquem com o prólogo cheio de mistérios de Ayakashi Hunter!


Prólogo

PARTE 1
O que é a magia? O que realmente pode ser dito como algo sobrenatural? O que nós podemos considerar como algo inexplicável?

Todas essas são questões singulares, as quais não existem uma resposta definitiva. Contudo, se for para colocar de um modo mais direto, eu diria que tudo isso pode ser respondido com uma única palavra: Verdade.

A magia nada mais é do que a verdade em que se acredita. E, uma vez que se torna a verdade em que se acredita, é impossível colocá-la como algo sobrenatural ou inexplicável. Em resumo, não existe nada além da verdade neste mundo. Pode ser uma verdade cruel, o que ocorre em muitas vezes, mas, mesmo assim, não deixa de ser uma ‘verdade’.

Assim é como o mundo funciona.

Assim é como o outro mundo funciona também.

Esse outro mundo, um mundo desconhecido para os humanos comuns, é o mundo onde aqueles que conseguem utilizar sua capacidade mágica vivem e veem coisas que podem ser descritas como únicas.

Primeiramente, não existem, como muitos possam pensar, pessoas que têm e pessoas que não têm aptidão mágica. Toda e qualquer pessoa tem energia espiritual, proveniente do fluxo do manto espiritual. Contudo, poucas são as pessoas que conseguem canalizar essa energia espiritual e convertê-la em energia mágica. E é essa capacidade de canalização e conversão que distingue as pessoas que podem ver e sentir o outro mundo.

A magia, de fato, é algo incrível. Ela é capaz de mudar a realidade, de curar doenças, de acabar com guerras.

Em resumo, pode-se pensar nela como um respingo de onipotência em meio aos mortais. Obviamente, há um preço a se pagar pelo seu uso. Não pode-se utilizar uma magia que seja incompatível com sua quantidade de energia espiritual ou então com seu tipo específico de afinidade espiritual. Por isso que aqueles que usam magia não são em si considerados divindades ou super-humanos.

Entretanto, a magia não é composta por um mundo só de coisas belas e nobres...

Como toda moeda possui dois lados, como toda rosa possui seus espinhos, a magia possui seu lado obscuro.

Esse lado é conhecido como Ayakashi. Criaturas que se alimentam de energia espiritual, unicamente, mas que são incapazes, em geral, de incorporar tal energia através do manto espiritual. O meio que eles utilizam para absorver tal energia é consumi-la diretamente de seres que podem incorporá-la, ou seja, devorando seres humanos.

O ato de devorar não é em si o de comer seus corpos. Em alguns casos, não muito raros, os Ayakashi apenas possuem o corpo do humano e ‘consomem’ sua mente, sua personalidade, até que o humano se torne uma casca vazia.

É justamente para impedir que isso aconteça que a magia é usada.

A magia, não como sinônimo de paz e de conquistas, mas como sinônimo de defesa e guerra.

Diferentemente de como se pode imaginar, os magos não usam, na maioria das vezes, encantos e recitações como em filmes. Na verdade, a maioria deles utiliza armas com capacidades mágicas. Eles utilizam tais armas para matar os Ayakashi, impedindo-os de atacarem humanos.

Contudo, como eu já disse, existem afinidades espirituais. As três principais são: Assault, Summons, e Caster.

Os Assault possuem pouca afinidade mágica, em geral, e utilizam-se de armas mágicas para melhor canalizar sua energia espiritual. Os Caster são aqueles que possuem uma afinidade mágica incrível, capazes de utilizar perfeitamente magias de diversos tipos. Já os Summons são os mais raros, não por falta de afinidade mágica do tipo deles, mas porque os seres que eles podem invocar são Ayakashi que foram selados em sua própria magia. O problema desta última afinidade espiritual era o fato de o Ayakashi selado poder tentar se rebelar, além do fato de ser difícil de selar algum, em comparação com simplesmente matá-los.

Todos os seres humanos que atendem aos requisitos necessários geralmente descendem de linhagens especiais encarregadas de manter o futuro da humanidade. Todos eles são Ayakashi Hunter.


PARTE 2

O céu noturno se espalhava diante dos meus olhos, com lindas pétalas de cerejeira sendo brandamente sopradas pela parca brisa. Acho que seria uma cena linda, se não fosse dada a situação em que eu, ou melhor, que a cidade inteira se encontrava.

As pétalas de cerejeira, na verdade, eram a materialização da energia mágica que estava sendo controlada por um Ayakashi. Um Ayakashi que, aliás, eu falhei em derrotar.

“Porcaria. Eu não aguento mais...”

O sangue em minha boca me sufocava lentamente, impedindo minha respiração. Era uma sensação angustiante. A sensação de estar se afogando, embora ainda conseguisse, com muito esforço, sugar pequenas quantias de ar. Mesmo que toda vez que isso acontecesse, eu me engasgasse em sangue.

De onde eu me encontrava, estirado na Hibiya Dori, eu podia ver claramente a Tokyo Tower, que estava sendo lentamente transformada em uma gigantesca cerejeira, pela absorção de energia mágica.

Meu corpo, imóvel, apenas podia observar o Ayakashi se fortalecendo, enquanto lentamente eu esperava pela minha morte. Não conseguia mais escutar meu coração batendo de tão fraco que me sentia.

Provavelmente, não duraria nem mais 1 minuto.

Foi quando subconscientemente meus olhos se dirigiram ao lado oposto da Tokyo Tower. Inadvertidamente, eles se arregalaram. Isso, pois lá naquele campo de batalha mortal estava uma pessoa comum. Uma amiga de colégio, de pé, perante meu corpo estendido.

Meus sentidos, já não tão bons quanto momentos antes da batalha, não conseguiram distinguir sua expressão, ou mesmo o que ela falara ~ se é que ela realmente falou algo, e não apenas moveu seus lábios.

Ela ajoelhou-se ao meu lado.

Foi quando percebi lágrimas em seus olhos. Ela segurou seu pingente com ambas as mãos.

Ahh... Aquele belo ruby negro que ela levava sempre consigo. Eu nunca consegui olhar para ele e não pensar que fosse um item espiritual, embora nenhuma energia mágica fosse sentida vinda do mesmo.

Ela arrancou o pingente de seu pescoço, com um puxão, e apoiou sobre o profundo corte que eu recebera das afiadas garras do Ayakashi.

Uma luz negra foi emitida a partir do pingente e eu senti vagamente que o corpo dela estava emitindo uma calorosa energia mágica. Contudo, eu não conseguia compreender exatamente o que estava acontecendo. Para início de tudo, por que uma pessoa comum estava usando magia?

Sua energia mágica fluía para dentro de mim, usando o pingente como mediador. Eu sentia aquele calor infundindo em meu corpo e uma sensação de flutuabilidade veio à minha mente. Senti que o sangue que obstruía minha garganta havia sumido.

“C-Como...?”

Eu tentei perguntar-lhe o que estava acontecendo, porém, com um sorriso no rosto, enquanto ainda chorava, ela fechou meus lábios com um dedo.

Senti meu coração acelerar verdadeiramente mais uma vez.

Senti-me vivo novamente.

Senti-me como uma nova pessoa, cheia de vida.

Por um momento, a sensação entorpeceu minha cabeça e eu fechei meus olhos. Tenho certeza de que foram apenas alguns segundos, mas esse momento com meus olhos fechados pareciam horas e horas. Quando tornei a abri-los, ela havia sumido.

Olhei no entorno, enquanto me levantava, mas mesmo assim não conseguia vê-la em lugar algum. Porém, eu estava completamente curado e o pingente ainda estava sobre meu corpo. Eu entendi completamente o que ela queria me dizer... Eu entendi o seu pedido para mim.

O que ela quis me dizer era algo simples.

Era a minha missão, na verdade.

Era o que eu deveria ter feito, mesmo ferido como estava.

Decidi que, caso eu sobrevivesse, a procuraria em seguida, a agradeceria e me desculparia pelo que fiz com ela dias antes...

Então, de pé, amarrei o pingente que ela me deixara no entorno de meu pescoço. Invoquei novamente, em seguida, minha arma mágica. Minha katana. A minha Crissaegrim.

A luta não estava acabada até que um dos lados estivesse morto.

Tendo isso em mente, sorri, enquanto segurava o pingente em minha mão esquerda. Olhei para o meu destino, a Tokyo Tower, e me dirigi até lá o mais rapidamente que conseguia.

Afinal, essa é a minha obrigação!




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