Após milênios, eis que "A Valquíria Zero" ressurge das cinzas!! Eu poderia inventar mil desculpas sobre o porque de não postar antes, mas não irei.
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E divulguem o site pro seus amiguinhos! Vai que eles viciem!
Boa leitura!
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CAPÍTULO
II: O DESTINO
–
Você sabe o quão incrível é? Pela primeira vez na história uma Valquíria poderá
viajar até Helheim. – Eir dizia enquanto afiava uma faca cuidadosamente.
Zero
estava arrumando as suas coisas para a jornada que lhe foi incumbida. Diversas armas
estavam espalhadas em sua cama. A indecisão de Zero era aparente, pois ela não
sabia qual escolher.
Eir
continuou.
–
Valhalla para Zero, alô? Como você pode estar se preocupando em qual espadinha
escolher quando você poderia estar comemorando? Eu nunca irei te entender... –
Eir jogou a faca para Zero. – Pensa rápido!
Zero
agarrou a faca de forma suave, girando-a por entre os dedos.
–
A espada é a extensão de um guerreiro, Eir. E um ótimo guerreiro precisa
escolher com sabedoria. – disse Zero enquanto dava leve golpes de faca no ar.
Zero,
diferente das outras Valquírias, teve treinamento militar intenso, já que suas
capacidades mágicas eram precárias. Enquanto Valquírias como Eir tinham
treinamento mágicos com Aesirs especialistas, como Freya, Zero era frequentemente
treinada por guerreiros lendários, como Thor e um de seus filhos, Magni.
Graças
à isso, Zero tinha um cuidado maior ao se preparar para uma missão, pois como
ela própria sempre dizia para suas colegas Valquírias: “Enquanto vocês dependem
de um poder magnífico, que pode ser facilmente anulado, eu utilizo o maior
presente que nosso Pai poderia ter nos dado: o raciocínio.”.
Claro
que isso sempre causava discórdia, e em diversos momentos, batalhas ferozes se
iniciavam, entretanto, Zero nunca fugia de uma briga, principalmente se fosse
necessária para defender a sua opinião.
Eir,
visivelmente irritada com o minidiscurso de guerreira feito por Zero, retrucou.
–
Você consegue acabar com toda a felicidade em um piscar de olhos... eu já não
sei mais o que fazer com você. – Suspirou.
–
Não há o que fazer, apenas aceite, Eir. – Zero a respondeu, enquanto abria um
baú que estava debaixo de sua cama.
Eir
passou a ficar extremamente curiosa ao ver o baú misterioso, e rapidamente
questionou a Valquíria dos cabelos dourados.
–
Mas o que temos aqui? Quer dizer que até a mais transparente das Valquírias têm
seus segredos... vai me mostrar o que aí?
Zero
parou seus movimentos antes de abrir o grande baú, pensativa.
–
Talvez não seja sábio lhe mostrar. – disse ela, com um tom sarcástico.
Eir
passou alguns segundos implorando para que Zero abrisse o baú, e foi o que ela
fez. Assim que a enorme caixa de madeira foi aberta, Eir recuou alguns passos.
–
Você levará Dainsleif com você? O que você pretende fazer em Helheim?
A
surpresa misturada ao medo tomou conta de Eir, e com razão. O que estava diante
dela não era uma simples espada, mas sim, a amaldiçoada Dainsleif.
As
lendas indicavam que ao sacar Dainsleif, uma vida deveria ser retirada por meio
desta. Caso o possuidor a retorne à bainha sem cumprir tal requisito, sua própria
vida é retirada, cumprindo assim a maldição. Entretanto, isso é um pequeno – e
simples – preço a se pagar, pois todo golpe dessa mesma espada, é mortal.
A
única coisa que Eir pôde pensar assim que viu a espada, foi exatamente o
objetivo que foi incumbido à Zero, o qual foi revelado pela mesma ao responder
as perguntas de Eir.
–
Não está óbvio o meu objetivo, Eir? Você sempre foi tão perspicaz... – Zero
pegou a espada, devidamente embainhada e lacrada. – Irei à Helheim para
conversar com Hel. Dainsleif é apenas uma precaução.
–
Eu acreditaria nisso se eu não a conhecesse. O que você está pensando em fazer
é algo muito insensato. Por que você mataria Hel?
–
Oh, pai... – Zero levou uma das mãos à testa. – eu já lhe disse que não vou
matar Hel, apenas se for necessário.
A
Valquíria dos cabelos vermelhos não conseguia engolir a desculpa criada por
Zero. Tudo que ela ouvia era que Hel seria morta. Eir, apesar de estar
preocupada, desistiu de tentar convencer Zero. Foi em direção a saída.
–
Lembre-se de ao menos ir falar com as três Nornas. – disse Eir, deixando o
local.
Assim
que Eir deixou seus aposentos, Zero passou mais algumas horas organizando todos
os materiais necessários para a viagem. Arcos, flechas, facas, e diversos
artefatos mágicos eram organizados sistematicamente para evitar qualquer imprevisto
em meio às batalhas que viriam.
Após
tudo estar devidamente preparado, Zero dirigiu-se às fontes Auferstehung,
precisava tomar um último banho.
Auferstehung
era o lugar onde todos que viviam em Asgard – com exceção dos guerreiros de
Valhalla – se banhavam. As águas sagradas de Auferstehung rejuvenescia as
energias de quem se banhasse nelas, portanto era um lugar extremamente popular
entre os Aesirs. Como as Valquírias eram consideradas membros de Valhalla, as
mesmas não podiam utilizar de tal fonte.
Isso,
obviamente, só se aplicava para as Valquírias que não se chamavam Zero.
Toda
noite, Zero banhava-se em Auferstehung junto a Magni, filho de Thor, e o único
Aesir que encobria as suas “más ações”. Sempre que Zero fosse vista em Auferstehung,
Magni estava lá, dizendo que foi ele que a trouxe. Apesar de ambos terem obtido
tamanha intimidade, Magni só tentou algo mais com Zero, uma vez. O suficiente
para descobrir que não havia como penetrar o coração da Valquíria.
Mesmo
assim, Magni sempre permaneceu ao seu lado.
A
noite já havia caído em Asgard, e no horizonte, Yggdrasil, a árvore da vida,
que conectava os nove mundos, permanecia imponente.
Assim
que Zero chegou em Auferstehung, parou na margem das águas, para apreciá-las.
Em seguida, retirou a fina túnica que vestia, ficando totalmente nua. Uma voz
familiar ecoou.
–
Linda como sempre, Zero.
Um
homem musculoso e barbudo encontrava-se dentro das águas de Auferstehung. Era
Magni.
–
Você sabe que não adianta me cortejar dessa forma, Magni. – disse Zero enquanto
sentava ao lado de Magni.
–
Um verdadeiro guerreiro nunca desiste, querida Zero! Ei de lhe conquistar um
dia. – Esbravejou. – Soube que não a verei por algum tempo, que está indo à
Helheim.
–
Sim, terei uma conversa com Hel.
–
Nós dois sabemos como você conversa.
O
silêncio tomou conta do local por alguns segundos, e então tornou-se risadas
incontroláveis.
Entretanto,
as risadas logo cessaram, e ambos ficaram se encarando por alguns minutos. Ao
sentir que a situação estava ficando meio estranha, Zero rapidamente quebrou o
silêncio.
–
Magni, você poderia lavar minhas costas? – disse Zero, levantando seus cabelos
dourados e os amarrando, formando um coque. Ela sempre pedia para que Magni fizesse
isso, desde a primeira vez que se banharam juntos.
Magni
aceitou o pedido, e prontamente deslizou suas mãos pelas costas de Zero. Sua
pele suave fazia Magni delirar cada vez que a tocava, era realmente algo criado
pelo Pai de Todos, Odin.
As
mãos de Magni sutilmente iam em direção aos seios de Zero, massageando todo o
caminho até chegarem ao seu destino.
–
Acho que ninguém nunca viu esse seu lado, não é? Uma Zero gentil, doce... –
Magni dizia, massageando os seios da Valquíria com uma das mãos, enquanto a
outra descia.
E
o que era para ter sido apenas mais um banho, tornou-se uma noite cheia de
luxúria.
Talvez
a última.
***
A
escuridão ainda permanecia no céu, indicando que o sol demoraria para chegar.
–
Preciso ir, Magni, deixe-me. E esqueça que isso aconteceu. – disse Zero,
levantando-se.
–
Espere um pouco. Não há como esquecer isso!
–
Você é um Aesir, vai dar um jeito.
Rapidamente,
Zero se vestiu e voltou aos seus aposentos, sem nem ao menos olhar novamente na
cara de Magni. Zero estava confusa e frustrada. Como pude deixar isso acontecer? Pensava ela.
Magni
ficou o restante da noite em Auferstehung, boquiaberto pela reação da
Valquíria.
[...]
Ao
chegar novamente em seus aposentos, ousou a deitar na cama, apenas para ter que
ser lembrada pelo seu subconsciente de que ela teria que levantar.
Seu
quarto era pequeno e simples. Consistia de apenas uma cama, e uma escrivaninha,
na qual Zero escrevia nas horas vagas. Tochas iluminavam o local.
Sem
hesitar, Zero levantou-se e foi até o fundo de seu quarto. A Valquíria deslizou
a mão direita pela parede, de forma a formar um círculo, e então empurrou.
A
parede deslizou para trás, e em seguida para a esquerda, abrindo caminho para
uma sala escura. Zero pegou uma tocha acesa que estava fixada na parede, e
passou o fogo para as outras tochas dentro da escuridão.
À
medida que a luz eliminava a escuridão, uma silhueta brilhante ia sendo
revelada. Zero parou em frente a mesma.
–
Já faz algum tempo.
Uma
armadura negra estava em frente a Zero. A cor preta era quebrada por detalhes
vermelhos por toda a armadura, criando uma sintonia jamais vista. No braço
direito, um “Z” estava destacado em amarelo, e nas costas, o símbolo da
infinidade.
Zero
despiu-se novamente, e então enrolou-se em diversas bandagens, formando uma
espécie de roupa. Em seguida vestiu a armadura negra.
A
armadura negra foi forjada por um dos melhores forjadores dos nove mundos.
Quase nada era capaz de sequer arranhá-la, apenas as mais poderosas armas e
seres conseguiriam tal feito.
Com
determinação de sobra, Zero agarrou a mochila com todos os seus suprimentos, e
a espada amaldiçoada Dainsleif. Olhando para ela, Zero lembrou da primeira vez
que a utilizou.
Lembrou-se
que assim que a retirou da bainha, um enorme fluxo de energia fluiu por seu
corpo, e apenas um pensamento ecoava em sua cabeça: morte.
Foram
necessárias duas outras Valquírias para pará-la. Depois de dizimar uma vila
humana inteira, Zero prometeu nunca mais utilizá-la.
Entretanto,
as circunstancias a fazem ter de utilizá-la novamente.
Zero
encaixou Dainsleif na cintura, e enfim se dirigiu à saída. Olhou mais uma vez
para seu quarto por cima do ombro, apagou a última tocha, e se foi.
Agora,
Zero precisava fazer uma última coisa antes de iniciar sua viagem: visitar as
três Nornas.
As
três Nornas são os seres que controlam o destino de todos os outros seres
vivos. Cada uma representa uma época, e seus poderes são limitados a esta época
que representam. Todos os dias, os moradores de Asgard visitam as Nornas, para
que saibam sobre tudo o que irá acontecer com eles, e assim, evitar coisas
ruins.
A
Valquíria dos cabelos dourados continuou a caminhar pela cidade, buscando um
caminho mais simples para chegar nas raízes de Yggdrasil.
A
árvore da vida, Yggdrasil é o “centro do universo”. Cada raiz equivale a uma
estrada, que leva para um dos nove mundos. As três Nornas vivem debaixo da raiz
de Asgard, e são elas que mantém Yggdrasil viva.
Passaram-se
diversos minutos, o suficiente para que Zero chegasse nas raízes de Yggdrasil.
Ela então se encaminhou para confrontar as três Nornas.
As
três estavam sentadas, lado a lado. A mulher velha da esquerda foi a primeira a
se pronunciar.
–
Meu nome é Urd, fui seu passado.
A
mulher do meio, que aparentava estar na meia idade, disse em seguida.
–
Sou Verdani, e sou o seu presente.
E
por último, a mais nova dentre as três, se pronunciou.
–
E eu sou Skuld, serei o seu futuro.
Todas
as três mulheres vestiam um roupão preto.
A
mais velha, Urd, estava de costas para Zero, sempre a olhando por cima do
ombro. Verdani, olhava diretamente nos olhos de Zero. Já Skuld, nunca olhava
para Zero, sempre à frente.
A
jovem Valquíria ajoelhou-se perante às Nornas, e antes mesmo de perguntar,
todas as três Nornas responderam em uníssono.
–
Você irá morrer, jovem Valquíria.
FIM DO CAPÍTULO.
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